Para Refletir!
“Igualdade de Direitos”
“Temos o direito de ser iguais quando a
nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quando a
nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que
reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou
reproduza as desigualdades”.
“O modelo dos modelos”
Italo Calvino
Houve na vida do
senhor Palomar uma época em que sua regra era esta: primeiro, construir um
modelo na mente, o mais perfeito, lógico, geométrico possível; segundo,
verificar se tal modelo se adapta aos casos práticos observáveis na
experiência; terceiro, proceder às correções necessárias para que modelo e
realidade coincidam. [..] Mas se por um instante ele deixava de fixar a
harmoniosa figura geométrica desenhada no céu dos modelos ideais, saltava a
seus olhos uma paisagem humana em que a monstruosidade e os desastres não eram
de todo desaparecidos e as linhas do desenho surgiam deformadas e retorcidas.
[...] A regra do senhor Palomar foi aos poucos se modificando: agora já
desejava uma grande variedade de modelos, se possível transformáveis uns nos
outros segundo um procedimento combinatório, para encontrar aquele que se
adaptasse melhor a uma realidade que por sua vez fosse feita de tantas
realidades distintas, no tempo e no espaço. [...] Analisando assim as coisas, o
modelo dos modelos almejado por Palomar deverá servir para obter modelos
transparentes, diáfanos, sutis como teias de aranha; talvez até mesmo para
dissolver os modelos, ou até mesmo para dissolver-se a si próprio.
Neste ponto só
restava a Palomar apagar da mente os modelos e os modelos de modelos.
Completado também esse passo, eis que ele se depara face a face com a realidade
mal padronizável e não homogeneizável, formulando os seus “sins”, os seus
“nãos”, os seus “mas”. Para fazer isto, melhor é que a mente permaneça
desembaraçada, mobiliada apenas com a memória de fragmentos de experiências e
de princípios subentendidos e não demonstráveis. Não é uma linha de conduta da
qual possa extrair satisfações especiais, mas é a única que lhe parece
praticável.
O texto de Ítalo Calvino nos leva a refletir sobre a atitude
de algumas pessoas quanto a
seguir modelos de perfeição.
Significado de Paradigma
Paradigma é um termo com origem no grego “paradeigma”
que significa modelo, padrão. No sentido lato corresponde a algo
que vai servir de modelo ou exemplo a ser seguido em determinada situação. São
as normas orientadoras de um grupo que estabelecem limites e que determinam
como um indivíduo deve agir dentro desses limites.
Paradigmas educacionais:
Um
paradigma educacional é um modelo usado na área da educação. Paradigmas
inovadores constituem uma prática pedagógica que dá lugar a uma aprendizagem
crítica e que causa uma verdadeira mudança no ambiente escolar e na vida dos
estudantes e na postura dos educadores. O paradigma usado por um professor tem
grande impacto na aprendizagem do aluno, muitas vezes determinando se ele vai
aprender ou não aprender o conteúdo que é abordado. A forma de aprendizagem das
novas gerações é diferente das gerações anteriores, e por isso um paradigma
conservador não terá grande eficácia na aprendizagem.
PARA REFLETIR!
Por
que olhar por partes, sem antes compreender o todo?
A ação do professor do AEE deve centrar-se na atenção aos aspectos que
podem potencializar o desenvolvimento e a aprendizagem do aluno com
deficiência, objetivando eliminar as
barreiras que dificultam a aprendizagem do estudante.
Por que
enxergar a deficiência, antes mesmo de saber mais sobre aqueles que não andam,
não enxergam ou não ouvem?
Não precisa ser especialista em deficiência, mas, ser especialista em
GENTE! Antes de qualquer pré-conceito, pré-julgamento, é preciso compreender as
pessoas com deficiência e as deficiências que as acompanham.
Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças!
A prática da inclusão se baseia em princípios diferentes do convencional:
aceitação das diferenças individuais, valorização de cada pessoa, convivência
dentro da diversidade humana, aprendizagem por meio da cooperação.
Alguns documentos nacionais que amparam
as pessoas com deficiência:
Perante a Constituição brasileira
(1988), todos temos igualdade de direitos.
De acordo com a LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei
9394/96) 20/12/1996; é direito de todos o acesso a escola preferencialmente na
rede regular de ensino;
A Lei nº 10.098 de 19/12/2000, estabelece normas de acessibilidade para
garantir direitos às pessoas com necessidades especiais;
O Decreto nº 7.611 de 17/1/2011 que dispõe a Educação Especial e o Atendimento
Educacional Especializado;
Decreto 7.612 de 17/11/2011 institui o Plano Nacional dos Direitos da
Pessoa com deficiência/Plano Viver Sem
Limites;
A Resolução nº 04 de 02/10/2008 institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento
Educacional Especializado.
O aluno com deficiência, como sujeito social, se beneficia das inúmeras
mediações que caracterizam as relações sociais e interpessoais estabelecidas no
espaço escolar, as quais são marcadas também pelos conflitos e contradições da
vida em sociedade. No AEE, a avaliação
se efetiva através do estudo de caso, que visa construir um perfil do
aluno que possibilite elaborar o plano de intervenção do AEE. O estudo
de caso se faz através de uma
metodologia de resolução de problema, que identifica a natureza e busca
solução. O estudo de caso deve ser efetivado pelo professor do AEE em
colaboração com o professor do ensino comum e com outros profissionais que
trabalham com o aluno no contexto escolar.
Por que
apontar o que o outro não pode fazer, antes de perguntar o que ele tem a
oferecer?
Para potencializar o desenvolvimento da aprendizagem do aluno com
deficiência, o professor poderá usar recursos de baixa e alta tecnologia,
selecionar, produzir materiais, proporcionar a inclusão da pessoa com
deficiência para que participe das atividades escolares em condições de
igualdade.
O trabalho do professor do Atendimento Educacional Especializado se
caracteriza essencialmente pela realização de ações específicas sobre os
mecanismos de aprendizagem e desenvolvimento dos estudantes público alvo do
AEE.
O professor do AEE deve propor atividades que contribuam para a
aprendizagem de conceitos, além de propor situações vivenciais que possibilitem
ao estudante organizar seu pensamento. O AEE deve se fundamentar em situação-problema,
que exijam que o estudante utilize seu raciocínio para a resolução de um
determinado problema.
É imprescindível que o professor
conheça o seu aluno e as particularidades para além da sua condição cognitiva.
O trabalho do professor do AEE é ajudar o estudante com deficiência a atuar no
ambiente escolar e fora dele, considerando suas especificidades cognitivas.
Especificidades que dizem respeito principalmente à relação que ele estabelece
com o conhecimento que promove sua autonomia intelectual.
A ESCOLA COMUM
INCLUSIVA E O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO ROMPENDO MODELOS DO PASSADO
No século XIX, as pessoas com deficiência eram vistas como
incapazes, não havendo no momento algo que trouxesse esperança para mudar essa
realidade. Na sociedade da época, esses indivíduos viviam as margens do
abandono social e até mesmo abandono da própria família. Somente no fim da
década de 60 ouve a iniciação a integração escolar com objetivo de inserir as
pessoas com necessidades especiais nos
sistemas gerais da sociedade, porém essas pessoas é que deveriam adaptar-se a
sociedade já organizada, apesar de ser forte e decisivo esse movimento não
trouxe resultado satisfatório já que nada fora modificado dentro da sociedade
na época. A inclusão surge para romper com os paradigmas educacionais, após todos esses anos de exclusão, esse
público está sendo olhado de forma mais humana e a inclusão escolar reflete bem
esse novo momento de desenvolvimento social e humano. A inclusão escolar surgiu
com a "Declaração de Salamanca" na década de 90, com a ideia de
romper paradigmas educacionais existente na época. Hoje essas pessoas são
reconhecidas como cidadãos. A inclusão vem romper com os
paradigmas educacionais que marcavam a sociedade no passado, nos dias
atuais sabe-se que as crianças com necessidades possuem e desenvolvem
capacidade tanto quando as crianças sem necessidades, além do que ainda
desenvolvem muitas outras habilidades para compensar as inexistentes e dessa
forma podem contribuir para seu desenvolvimento pessoal e social. Mesmo conscientes das inúmeras dificuldades, a escola
comum deve adotar princípios inclusivos para oferecer uma educação de qualidade
para todos os alunos com, ou sem necessidades especiais. A escola precisa
acompanhar as mudanças do mundo moderno e se tornar realmente uma escola para
todos deixando de lado o modelo excludente e ultrapassado.
A
sociedade brasileira ainda tem marcas profundas de desigualdades e
preconceitos, com as novas políticas de inserção das pessoas com deficiências,
estes podem conviver e ter acesso aos bens e serviços que é de direito de todos
os cidadãos brasileiros.
O
poder das políticas públicas contribui para criar espaços, assegurar direitos e
deveres. O atendimento educacional especializado é um direito garantido na
legislação brasileira que traz um modelo
inovador educacional.
Que todos sem
distinção venham a ter os mesmos direitos, principalmente quando temos alguma
característica que nos "inferioriza" diante da sociedade, como as
pessoas com deficiência, os pobres, negros, gordos, homossexuais, etc.
Velhos Paradigmas ...
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Novos Paradigmas ...
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