sábado, 22 de março de 2014

Atribuições do Profesor do AEE

 Professor do Atendimento Educacional Especializado - AEE 


Conforme Resolução CNE/CEB n.4/2009, art. 12, para atuar no atendimento 

educacional especializado, o professor deve ter formação inicial que o habilite para exercício 

da docência e formação continuada na educação especial. 


O professor do AEE tem como função realizar esse atendimento de forma 

complementar ou suplementar à escolarização, considerando as habilidades e as necessidades 

educacionais específicas dos estudantes público alvo da educação especial. 


As atribuições do professor de AEE contemplam: 

• Elaboração, execução e avaliação do plano de AEE do estudante; 

• Definição do cronograma e das atividades do atendimento do estudante; 

• Organização de estratégias pedagógicas e identificação e produção de recursos 

acessíveis; 

• Ensino e desenvolvimento das atividades próprias do AEE, tais como: Libras, 

Braille, orientação e mobilidade, Língua Portuguesa para alunos surdos; informática 

acessível; Comunicação Alternativa e Aumentativa - CAA, atividades de 

desenvolvimento das habilidades mentais superiores e atividades de enriquecimento 

curricular; 

• Acompanhamento da funcionalidade e usabilidade dos recursos de tecnologia 

assistiva na sala de aula comum e demais ambientes escolares; 

• Articulação com os professores das classes comuns, nas diferentes etapas e 

modalidades de ensino; 

• Orientação aos professores do ensino regular e às famílias sobre a aplicabilidade e 

funcionalidade dos recursos utilizados pelo estudante; 

• Interface com as áreas da saúde, assistência, trabalho e outras.

Síndrome de Down






                                                   



segunda-feira, 17 de março de 2014

Educação Inclusiva


Educação Escolar de Pessoa com Surdez

Regina Célia da Silva¹

O presente resumo traz informações sobre a educação de pessoas com surdez, aponta que há aproximadamente dois séculos, existe um embate político e epistemológico entre gestualistas e oralistas. DAMÁZIO M. F.M. & FERREIRA J. (2010), esclarecem que  historicamente as concepções desenvolvidas sobre a educação de pessoas com surdez se fundamentaram em três abordagens diferentes: a oralista, a comunicação total e a abordagem por meio do bilinguismo. Coloca que o enfoque oralista e da comunicação total deflagraram um processo que não favoreceu o pleno desenvolvimento das pessoas com surdez, por focalizar o domínio das modalidades orais, negando a língua natural desses alunos e provocando perdas consideráveis nos aspectos cognitivos, sócio afetivos, linguísticos, políticos, culturais e na aprendizagem. Em favor da modalidade oral, usava-se o português sinalizado e desfigurava-se a rica estrutura da língua de sinais, cujo processo de derivação lexical é descartado. Enfoca que a abordagem educacional por meio do bilinguismo visa capacitar a pessoa com surdez para a utilização de duas línguas no cotidiano escolar e na vida social com a utilização da língua de sinais e a língua da comunidade ouvinte. Aponta que os estudos atuais demonstram que esta abordagem corresponde melhor  às necessidades do aluno com surdez, em virtude de respeitar a língua natural e construir um ambiente propício para a sua aprendizagem escolar. Ressalta que diante dessas concepções torna-se urgente repensar a educação escolar dos alunos com surdez, tirando o foco do confronto do uso desta ou daquela língua e buscar redimensionar a discussão acerca do fracasso, situando-se no debate atual acerca da qualidade da educação escolar e das práticas pedagógicas. As pessoas com surdez não podem ser reduzidas à condição sensorial, desconsiderando as potencialidades que as integram a outros processos perceptuais, enquanto seres de consciência, pensamento e linguagem. As pessoas com surdez não podem ser reduzidas ao chamado mundo surdo, com uma identidade e uma cultura surda. De acordo com Damázio e Ferreira (2010):


É no descentramento identidário que podemos conceber cada pessoa como um ser biopsicossocial, cognitivo, cultural, não somente na constituição de sua subjetividade, mas também na forma de aquisição e produção de conhecimentos, capazes de adquirirem e desenvolverem não somente os processos visuais-gestuais, mas também de leitura e escrita, e de fala se desejarem.


Os autores pontuam que continuar com o embate epistemológico entre o uso exclusivo da LIBRAS ou o uso exclusivo da Língua Portuguesa, além das questões que foram levantadas sobre o bilinguismo, é manter a exclusão escolar dos alunos com surdez. Faz-se necessário deflagrar iniciativas no meio escolar pautadas no reconhecimento e na valorização das diferenças que demonstrem a possibilidade da educação escolar inclusiva de pessoas com surdez na escola comum brasileira.  De acordo com o Decreto 5.626 de 05 de dezembro de 2005:
                                

As  pessoas  com  surdez  têm  direito  a uma educação que garanta a sua formação, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas ocorra de forma simultânea no âmbito escolar, colaborando para o desenvolvimento de todo o processo educativo.


O decreto esclarece que a proposta bilíngue pauta a organização da prática pedagógica na escola comum, na sala de aula comum e no Atendimento Educacional Especializado/AEE. A partir desse referencial o AEE para as pessoas com surdez deverá acontecer em três momentos didáticos pedagógicos: AEE em LIBRAS, AEE de LIBRAS e AEE em Língua Portuguesa.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. de P. Educação Escolar de Pessoas com Surdez: Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, 2010. p. 46-57.


DAMÁZIO, Mirlene F. M.; ALVES, Carla B. e FERREIRA, Josimário de P. Educação Escolar de Pessoas com Surdez. In AEE: Fascículo 04: Abordagem Bilíngue na Escolarização de Pessoas com Surdez. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2010. p. 07-09.


¹ Graduada em Pedagogia/UFAL, Pós-Graduada em Gestão Escolar/UFAL, Deficiência Auditiva/IBESA, Psicopedagogia/IBESA, cursando AEE- Atendimento Educacional Especializado/UFC. Professora de Atendimento Educacional Especializado na Rede Pública do Município de Maceió – AL e Professora Formadora em Atendimento Educacional Especializado na Gerência de Educação Especial na Rede Pública Estadual de Alagoas.


                    



domingo, 9 de março de 2014

AEE UFC 2013: Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo

AEE UFC 2013: Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo: Oralismo, Comunicação Total e Bilinguismo: ORALISMO: objetivava a desmutização, priorizava o trabalho de aquisição da oralização, essa ...

Oralismo,Comunicação Total e Bilinguismo

Oralismo, Comunicação Total e Bilingüismo:

ORALISMO: objetivava a desmutização, priorizava o trabalho de aquisição da oralização, essa modalidde era metódica e repetitiva, primava pela linguagem oral e escrita, convertiam as pessoas surdas, usuárias dos sinais, em usuários da língua oral. Os preceitos oralistas proibiam as gestualizações, pois acreditavam que o uso dos sinais acarretavam o atrofiamento da mente e desfavorecia o desenvolvimento da fala. O Oralismo pretendia transformar as pessoas surdas em ouvintes com o uso do aparelho auditivo (prótese auditiva), a concepção médica era direcionada pela busca da cura da surdez, negava a presença dos professores com surdez no processo educacional, considerava a Língua de Sinais inferior à língua oral em todos os aspectos. O oralismo discriminava  a cultura surda e negava a diferença entre surdos e ouvinte e pregava a homogeneização.

COMUNICAÇÃO TOTAL: considera todas as características da pessoa com surdez, utilizava todo e qualquer recurso possível para a comunicação (fala, gestualização, textos orais e escritos), a fim de potencializar as interações sociais. A linguagem gestual visual, textos orais e escritos e as interações sociais caracterizavam a comunicação total. As pessoas surdas eram segregadas, permaneciam agrupados pela deficiência, marginalizava e excluía do contexto maior da sociedade. Não valorizava devidamente a Língua de Sinais, negava a Língua de Sinais como língua natural das pessoas com surdez. Usava o Português sinalizado e desfigurava a rica estrutura da Língua de Sinais.

BILINGUISMO: capacita a pessoa com surdez a utilizar a Língua de Sinais (LIBRAS) e a língua da comunidade ouvinte (Língua Portuguesa), valoriza a educação inclusiva, onde ouvintes e surdos convivem no mesmo espaço educacional, define que para os alunos com surdez a primeira língua é a LIBRAS e a segunda língua é a Língua Portuguesa na modalidade escrita, orienta para a formação inicial e continuada de professores e formação de intérpretes para a tradução e interpretação da Libras e da Língua Portuguesa, respeita as especificidades e a forma de aprender de cada um, não impondo condições à inclusão desses alunos no processo de ensino e aprendizagem.









De acordo com o Decreto 5.626, 5 de dezembro de 2005, as pessoas com surdez têm direito a uma educação que garanta a sua formação, em que a LIBRAS e a Língua Portuguesa na modalidade escrita, constituam línguas de instrução e que o acesso às duas línguas ocorra de forma simultânea no ambiente escolar. 

Diante do exposto, a proposta bilíngue pauta a organização da prática pedagógica na escola comum, na sala de aula comum e no Atendimento Educacional Especializado/AEE. No AEE destacam-se três momentos didáticos-pedagógicos: 
AEE em LIBRAS é destinado à PS, deve ser realizado todos os dias, com todos conhecimentos dos diferentes conteúdos curriculares em LIBRAS, semelhante ao desenvolvido na sala comum, deverá ser desenvolvido preferencialmente por um professor surdo ou professor especializado com domínio da LIBRAS. Nesse momento, deverão ser utilizadas muitas imagens visuais e, quando o conceito é muito abstrato, recorrem a outros recursos como teatro. Neste atendimento deverão estar presentes: mural de avisos e notícias, biblioteca da sala, painéis de gravuras e fotos sobre temas de aula, roteiro de planejamento, fichas individuais, etc. 
AEE de LIBRAS para os alunos com surdez com aulas de LIBRAS, para a aquisição principalmente de termos científicos a serem introduzidos pelos conteúdos curriculares, deverá ser ministrado pelo professor e/ou instrutor de LIBRAS, preferencialmente surdo. O atendimento deverá ser planejado a partir do diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a respeito da Língua de Sinais. 
AEE em Língua Portuguesa deverá ser realizado todos os dias, no contra turno, por uma professora graduada em Língua portuguesa. O atendimento deve ser planejado a partir do diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a respeito da Língua Portuguesa. Neste atendimento objetiva-se desenvolver a competência gramatical ou linguística, bem como textual, para que a PS seja capaz de gerar sequências linguísticas bem formadas.